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Crise no Banco Master: liquidação extrajudicial e prisão de seu proprietário, Daniel Vorcaro.


Crise no Banco Master: liquidação extrajudicial e prisão de seu dono São Paulo / Brasília  O Banco Central (BC) decretou, em 18 de novembro de 2025, a liquidação extrajudicial do Banco Master, encerrando abruptamente as operações da instituição ao mesmo tempo em que o empresário Daniel Vorcaro, então controlador do banco, foi preso pela Polícia Federal em São Paulo, sob suspeitas de fraudes.


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Quem é Vorcaro e sua prisão?

Vercaro é empresário, ex-presidente e maior acionista do Banco Master. A operação policial: Vorcaro foi preso em São Paulo (Aeroporto de Guarulhos), quando tentava embarcar para o exterior.


Ele  está sob investigação por crimes como gestão fraudulenta, organização criminosa e emissão de títulos de crédito falsos. Segundo apurações, o Master teria simulado carteiras de crédito sem lastro para sustentar a emissão de CDBs de alto rendimento.


Operação “Carbono Oculto”: esse é o nome da operação da PF que investiga essas supostas fraudes no Banco Master. As investigações apontam desde Modelos de captação agressiva. O Master cresceu muito nos últimos anos oferecendo Certificados de Depósito Bancário (CDBs) com remuneração muito acima do mercado entre 120% e 140% do CDI. Com essa expressividade em rendimentos atraiu muitos investidores, mas também levantou críticas: para pagar esses juros elevados, o banco investia em ativos de risco elevado ou de baixa liquidez, como precatórios (dívidas judiciais de entes públicos) e participações em empresas problemáticas.


Autoridades e analistas do mercado questionaram a real avaliação dos ativos do banco. Um ex-diretor do BC afirmou que muitos dos ativos reportados no balanço do Master estavam “fora de preço” e podiam não valer nem metade do que constava. Durante as negociações para uma possível aquisição pelo BRB (Banco de Brasília), parte significativa dos ativos algo em torno de R$ 23 bilhões foi classificada como “problemática” e ficou de fora do acordo.


Em reuniões privadas, o Banco Central destacou para o BRB que havia “risco de sucessão”: se o BRB adquirisse parte do Master, poderia acabar sendo responsabilizado por passivos não evidenciados, caso os ativos problemáticos se revelassem mais danosos do que declarados. O BC afirmou que há dificuldade para avaliar a totalidade dos ativos, especialmente os precatórios e direitos creditórios.


O Master detinha uma captação tão expressiva que seu eventual colapso representava risco para o FGC fundo que garante depósitos de até R$ 250 mil por CPF/CNPJ em casos de falência bancária. Devido a esse episódio, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou medidas mais rígidas para bancos com alto grau de alavancagem, obrigando instituições mais arriscadas a investirem em títulos públicos para reduzir risco sistêmico.


Por que o Banco Central escolheu a liquidação (e não intervenção)

Segundo especialistas, o BC entendeu que a situação financeira do Master era irreversível ou arriscada demais para permitir uma recuperação simples.

  • Liquidação extrajudicial: é uma medida extrema, usada quando a instituição está insolvente ou com graves infrações regulatórias. O BC indica um liquidante para vender ativos e pagar credores, e pode acioná-lo para pedir falência se os ativos forem insuficientes.

  • Intervenção: alternativa menos radical, usada quando há chance de recuperação. No entanto, fontes apontam que o BC avaliou que a liquidação era mais adequada para o Master, dada a magnitude das divergências patrimoniais.


Muitos correntistas e investidores de CDB terão seus créditos avaliados pelo liquidante nomeado pelo BC. Parte desses recursos pode ser coberta pelo FGC, até o limite garantido por pessoa (ou empresa), por banco.

Com a crise do Master acelerou-se a reformas no Fundo Garantidor, com novas exigências para bancos mais alavancados. O episódio gerou apreensão no mercado financeiro sobre modelos de negócio que apostam em altíssimas captações e investimentos em ativos pouco líquidos ou arriscados. Também reacendeu debates sobre regulação bancária, transparência e risco sistêmico.

A prisão de Vorcaro e as investigações podem gerar repercussões políticas há quem veja no caso riscos para a imagem de bancos médios, bancos públicos (como o BRB) e para a atuação do BC.


Em síntese, vários fatores convergiram para a crise do Banco Master:

  • Um modelo de negócio agressivo, baseado em captação cara e alto risco, que funcionou bem enquanto os mercados estavam favoráveis, mas se tornou vulnerável quando questionado.

  • Ativos complicados (“precatórios”, créditos judiciais, participações em empresas) cujo valor real era difícil de mensurar e verificar.

  • Desconfiança do mercado quanto à solidez patrimonial do banco, que levantou alertas regulatórios.

  • Pressão regulatória: o BC e o FGC mostraram preocupação com a exposição do fundo garantidor ao Master.

  • Suspeitas de fraude: a investigação da PF aponta para gestão temerária ou criminosa, o que reduziu ainda mais as opções de reestruturação viável.


E o que acontece a partir de agora com o proprietário do banco Master. Atente-se a novela do Master: quando contratar a esposa do ministro vira “defesa” de verdade?


Pois não é que o senhor Vorcaro veio com um plot digno de série de drama jurídico? O Banqueiro Daniel Vorcaro contratou ninguém menos que Viviane Barci de Moraes, para defendê-lo em ações judiciais. Sim, a advogada é a cônjuge de Alexandre de Moraes, ministro do STF.

A escolha, no mínimo, levanta algumas sobrancelhas: será que é só “confiança no escritório”, ou uma jogada de xadrez envolvendo influência política? Afinal, o escritório Barci de Moraes conta com Viviane e mais os dois filhos do ministro. E, para temperar a polêmica, segundo levantamos, embora Viviane represente o Master, não há processos no STF com ela como advogada do banco  pelo menos nenhum identificado até agora.


Uma pergunta que se faz nesse caso é, quanto tempo ele vai passar detido e até onde essa roda de poder pode protegê-lo? Vorcaro ficará preso. Ele foi detido pela Polícia Federal em 17 de novembro de 2025 enquanto tentava embarcar para fora do país.


Texto: mostb.com




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